quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Capítulo 2 (parte 2) - O namorado


5 meses já haviam se passado... Ela ainda estava li. Todas as manhãs eu estive ao lado dela. Toquei o seu rosto centenas de vezes é só conseguia me imaginar ao lado daquela garota.
Suas feridas já haviam sarado e seu rosto se igualava às suas fotos.
Estive apaixonado por ela. O que eu mais amava nessa história, era o fato de não precisar receber um beijo seu, ou talvez um toque, para me sentir perdido de amores por ela. Amy conquistou-me apenas com sua presença, eu era capaz de passar o resto de minha vida apenas observando-a.

Depois de nossa briga, Dylan resolveu voltar ao hospital diversas vezes. Odiava a ideia do seu corpo tocando o dela. Cada vez que o via beijar os lábios quietos de Amy, me retirei daquele quarto. Vê-lo me fazia querer apertar suas garganta com toda a minha força.
Comecei a imaginar o dia em que Amy acordasse e chamasse pelo seu nome. Meu sangue ferveu.

Meu noivado com Maisie continuava de pé. Seguindo os conselhos de Deus sabe quem, ela parecia mais calma. Tudo bem. Ainda brigávamos, ela não era uma perfeita atriz.
Minha mãe havia me aconselhado a tentar amar Maisie. Jogou toda a culpa do fracasso de nosso relacionado em mim. Não me importei. Talvez ela estivesse certa. Talvez não.
Nas últimas semanas Maisie só falava no nosso casamento, não dei muita atenção. Encontrei várias mulheres na minha casa. Todas discutiam vestidos, doces, locais de festa... Ela havia enlouquecido? Me perguntava quem era mais louco: eu por não terminar esse relacionado, ou a Maisie, que diante do caos amoroso, insistia em um casamento sem futuro algum.
Ela tentava me fazer opinar sobre as decorações para o casamento, mas eu só pensava na Amy e no quanto eu gostaria de avistar os seus olhos pela primeira vez. Comecei a frequentar bem menos a minha casa, era uma maneira de me livrar da Maisie sem magoar seus sentimentos. Apesar de tudo, estava com ela há 7 anos, me sentia terrível por jogar tanto tempo no lixo.

- Bom dia, Amy. - Sorri ao entrar em seu quarto.

Eu costumava conversar com ela todos os dias. Alguns estudos médicos realizados, comprovaram que pacientes em coma, ao acordar, relatavam ter ouvido conversas. Eu não sabia se ela conseguiria entender o que eu falava, talvez ao menos soubesse que ali estava alguém que jamais desistiria de vê-la acordar.

Coloquei uma tulipa ao lado de sua cama, depositei um beijo suave em sua testa e acariciei o seu rosto.
Estava tão imerso em sua beleza e delicadeza, incapaz de perceber a presença de Maisie que ao assistir a cena, atingiu meu rosto com um tapa.

- CANALHA! - Ela gritou alto.

- Maisie... - Suspirei. - Acalme-se.

- VOCÊ TEM UM CASO COM UMA PACIENTE E ME PEDE CALMA? - Ela continuava gritando.

Um caso? Um caso? Eu gargalhei baixinho.

- O que você faz aqui? - Indaguei confuso.

- Não interessa! - Ela bufou. - A única coisa que importa é o fato de que você é um grande hipócrita. Como você pode me trair dessa forma?

- Você é uma louca. - Eu ri.

Nessa hora, sentia suas mãos baterem contra o meu peito com força enquanto ela me xingava.

- EU VOU TE DENUNCIAR. VOCÊ PERDERÁ SEU DIPLOMA!

- Será que você pode se acalmar? - Segurei seus pulsos, impedindo seus tapas.

- Eu te odeio.

Maisie deixou o quarto enfurecida. Passeia as mãos em meus cabelos e respirei profundamente. O que ela estava fazendo ali? Será que estava doente? Não tive tempo para pensar nisso enquanto estava perto dela.
Gostaria de continuar rindo daquela situação, por outro lado, estava preocupado com o que ela poderia fazer.
Era bem claro que eu não tinha um caso com a Amy. Estava completamente apaixonado pela garota, gostava de lhe fazer companhia e lhe presentear com todo o carinho que me era possível. Queria que ela pudesse sentir que não estava só, mediante aquela situação.

***

"Não foi difícil burlar o sistema daquele hospital e chegar até o Logan. Sua mãe tinha razão, algo naquele hospital o prendia, e eu acabara de descobrir o quê.
Eu vi a maneira que ele havia beijado sua testa. Beijou-a de maneira doce e inocente, de uma forma que nunca agiu comigo. Lançava sobre ela um olhar tão calmo e pacífico que nem o mar poderia acalmar o espírito de alguém, como aquele olhar acalmaria. O toque em seu rosto fora tão sensível, parecia se importar tanto com ela. Quem era ela?
Estava enfurecida com ele. Não tinha certeza de que alguma vez Logan houvesse me amado, como poderia amar uma garota morta?

- Talvez eu deva sufoca-la com o travesseiro. - Torci o lábio.

- Você anda assistindo muitas novelas, querida. - Eleanor sorriu maldosa enquanto levava uma xícara de chá à boca.

- Ela morreria de uma vez por todas, e ele se casaria comigo. - Constatei.

- Maisie, depois de sua cena, a primeira suspeita seria você. - Ela deu de ombros. - Você deveria ter se retirado sem que ele a visse.

- Não pude suportar perder 7 anos da minha vida por causa de uma mulherzinha qualquer. - Revirei os olhos irritada. - O que devo fazer?

- Essa garota não irá acordar. - Ela sorriu. - Meu filhinho se cansará de esperar e voltará correndo para você.

- E se ela acordar?

- Certifique-se de que isso não aconteça." - Maisie

***

- A polícia conseguiu descobrir alguma coisa? - Questionei.

- A única coisa que sabemos é que a Amy atravessou aquela pista correndo sem olhar para os lados. A peça que falta desse quebra-cabeças se encontra com ela. - Grace lamentou.

- Quando a Amy acordar, iremos descobrir o que aconteceu. - Abracei-a. Estávamos tão próximos.

- Logan, não quero que você se machuque caso isso não aconteça. Você mesmo me disse que a cada dia que se passa, se torna mais difícil que ela volte.

- Grace, como médico eu preciso acreditar na medicina e nos fatos, mas eu estou completamente encantado, apaixonado, ou amando a sua filha. - Sorri bobo. - Não posso deixar de acreditar nisso.







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