quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Capítulo 15 (parte 1) - O sequestro

"Minha. Com todas as letras, de todas as formas, em todas as línguas, ela foi e sempre será minha. Não sei se é amor ou obsessão o que eu sinto, mas a teria para mim.
Amy Allen Watson foi a garota que planejou uma vida ao meu lado: uma casa, um casamento, filhos. Planejou ir para a mesma faculdade que eu, viajar comigo, viver um romance de cinema ao meu lado.
Aquele acidente a levou para longe de mim, tirou dos trilhos o que estava certo, acabou com o nosso amor. Eu não aceitaria isso e seguiria com a minha vida, ela nasceu para mim e morreria ao meu lado.

2 horas da madrugada, corredores sem movimentação, capuz e clorofórmio. Logan caminhava lentamente pelos corredores do bloco administrativo olhando alguns prontuários. Naquele horário, aquele bloco era quase inabitado, o que facilitou a minha entrada. Depois de conferir que o monitor das câmeras estava cansado o suficiente para não notar a movimentação, assegurei-me de que poderia seguir em frente.
Passou pela porta que eu estava sem perceber minha presença. Andei atrás dele, pressionei um pano com clorofórmio contra o seu rosto por tempo o suficiente para que ele desabasse na minha frente.
O puxei pelo jaleco até uma porta que dava acesso à parte de trás do hospital. Amarrei suas mãos e pés e com sacrifício o pus dentro do meu carro.

Ele tirou de mim a minha garota, eu tiraria dele a sua vida. Aquele era só o começo da vingança que planejei para ele. Eu o mataria com as minhas próprias mãos." Dylan

***

Acordei completamente suada, o que era estranho, a noite estava tão fria. Não tive um pesadelo, mas estava sentindo meu coração tão apertado dentro do meu peito. Desci para a cozinha, tomei um copo de água e voltei para o meu quarto. Tomei um banho rápido, vesti minha roupa de dormir e me joguei na cama. Não consegui voltar a dormir, estava tão inquieta.
Notei uma mensagem de um número desconhecido em meu celular. Não pude conter o desespero ao avistar a foto recebida.

- MAMÃE! - Balancei o seu corpo.

- Amy? O que houve, querida? - Ela sentou na cama e me encarou. Estava com o rosto amassado e os cabelos bagunçados, se eu não estivesse desesperada, riria dela.

- Aconteceu alguma coisa com o Log. - Apontei para a foto no meu celular. - Precisamos ir para uma delegacia, mamãe. - Sentei ao seu lado. - Estou com medo.

A foto mostrava um Logan jogado no chão de uma casa qualquer, com mãos e pés amarrados.

Mamãe me abraçou com força. Seu abraço sempre era capaz de me confortar de alguma forma.

Eu não sabia o que fazer ou quem procurar. Não fazia idéia do que aconteceu com o Logan, ou quem fez aquilo, estava tão assustada.

- Vocês precisam procurar por ele. - Choraminguei.

- Srta. Watson, nosso pessoal já foi acionado, mas não temos um local específico para procurar, a não ser no ambiente de trabalho dele. - O delegado deu de ombros. - Sinto muito. - Torceu os lábios.

Meu celular começou a tocar freneticamente. Número desconhecido.

- Alô? - Falei com a voz embargada.

O delegado gesticulou para que eu colocasse no modo alto-falante.

- Amy? Meu amor? - Sua voz estava fraca.

- LOGAN! - Gritei. - O que fizeram com você? O que aconteceu? Meu Deus, eu estou desesperada.

Algumas lágrimas já escorriam pelo meu rosto. Ele ainda estava vivo, mas por quanto tempo?

- Logan, fala comigo. - Pedi. - Quem fez isso com você?

- Foi o...

Fim da ligação.

- Me digam que vocês conseguiram. - Continuei chorando.

- Conseguimos! - Eles sorriram comemorando.

Aquela ligação fora a nossa única chance de conseguir rastrear o local em que o Logan estava.

- Eu irei com vocês. - Falei decidida.

- Não! - Mamãe me encarou brava. - Isso é perigoso, Amy. Eles foram preparados para isso, você não sabe se defender.

- É do Logan que estamos falando, mãe. Eu vou.

- Nós não deixaremos você ir, mocinha. - Um policial se pronunciou já caminhando para a viatura.

- Será que vocês não entendem que eu estou envolvida nisso? Essa pessoa mandou a foto e me ligou, está tentando me atingir. - Expliquei. - Prometo que não me jogarei na frente de uma bala, mas talvez vocês precisem de mim.

***

"Era uma casa velha e abandonada no meio de uma floresta. Amy e eu costumávamos brincar lá quando éramos mais novos.
Joguei seu corpo no chão, sentei-me em uma cadeira e o esperei acordar, o que não demorou muito. O observei se contorcer no chão tentando se solta. Sorri. O ouvi se lamentar e me xingar de todos os palavrões possíveis. Dei de ombros.

Retirei um canivete do bolso e comecei a fazer pequenos cortes em seu corpo. Gostaria de vê-lo morrer aos poucos. Sua vida estava em minhas mãos, e quão boa era a sensação de decidir entre matar ou deixar permanecer vivo. O mataria.

Disquei o número da Amy, esperei que ela atendesse e pus o celular em seu ouvido. As torturas começariam, ouvir a sua voz e saber que nunca mais a tocaria, nem sairia vivo para contar essa história. Desliguei quando o desgraçado iria me entregar. A Amy não poderia saber que eu estava por trás da morte do seu amado.

- Cala essa boca! - Chutei suas costelas e o vi se encolher.

- Você irá me matar, Dylan... - Ele sorriu sem graça. - Mas isso nunca trará a Amy. Você nunca a terá. Nós somos épicos. - Piscou." Dylan

Dylan saiu da casa pisando forte, acho que consegui irritá-lo.

Ainda ensanguentado e jogado no chão, avistei o canivete - que ele usou para me ferir - sobre a cadeira. Sequestrador despreparado, ri sozinho. Arrastei-me até a cadeira, com dificuldade alcancei o canivete e comecei a cortar as amarras, me cortando junto.
Ouvi sua voz ao telefone com alguém, ele estava na frente da casa. Com cuidado, entrei em seu carro e dei partida. Fui surpreendido com tiros vindo de todos os lados. O desgraçado corria atrás do carro com uma pistola em cada mão. Estava no meio de uma floresta cheia de árvores e pedras, não dava para acelerar muito.
Os vidros do carro já estavam completamente quebrados. De repente, ouvi um barulho ensurdecedor, uma dor insuportável no braço e o sangue começando a escorrer. Um pouco atordoado pela dor, olhei para frente e sem conseguir desviar, capotei com o carro em uma barreira.

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