quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Capítulo 11 (parte 2) - Querido Professor

Elliott disse que conhecia um restaurante legal e que não era tão longe, então fomos andando. Não pronunciei palavra alguma durante o percurso. Ele por sua vez, apenas me olhava.


Procuramos uma mesa mais reservada, já que o restaurante estava repleto de alunos e de professores. Fizemos nossos pedidos e só então nos encaramos diretamente.


- Por que você me olha tanto? - Entrelacei minhas mãos e apoie meu queixo.


- Isso te incomoda? - Ele abriu um sorriso.


- Claro que sim. Você tirou minha concentração durante a aula. - Revirei os olhos.


- Você é muito bonita.


Gelei.


- Obrigada. - Corei. - Também notei a beleza de outras aulas da turma, isso não é desculpa. - O desafiei.


- Não estou arrumando uma desculpa, Srta. Watson. Acho você uma mulher muita bonita e por isso não consigo tirar meus olhos de você.


- Vale ressaltar que sou sua aluna, então você deveria controlar melhor os seus olhos. - Pisquei para ele.


- Eu só serei seu professor por um semestre, não teríamos problemas.


O quê? Era uma proposta, um pedido, uma insinuação ou coisa do tipo?


- O que você quis dizer com isso?


- Você não é daqui. - Ele deu de ombros e mudou de assunto. - Um lindo sotaque inglês. - Sorriu de lado. - Adoro inglesas.


Meu coração batia descompassadamente. Elliott não possuía freios naquela língua. Senti meu rosto corar por inteiro. O garçom chegou com os nossos pedidos, quebrando o clima que se instalou.


- Então, de que lugar exatamente você é?


- Inglaterra. - Dei de ombros mexendo na comida. - Londres.


- Adoro Londres. Foi uma pena nunca ter esbarrado em você por lá. - Ele piscou e começou a comer.


Ele tinha o poder de me deixar completamente envergonhada.


- Mesmo se isso tivesse acontecido, eu não lembraria de você. - Falei lembrando do acidente e da minha memória que se foi com ele.

- Eu sou uma pessoa marcante, difícil de ser esquecida.

- Você quer me conhecer, Elliott? - Ele assentiu. - Eu também gostaria disso.

- Como? - Ele me olhou confuso.

Não sei se era o momento certo para lhe contar sobre o meu acidente, mas eu me sentia sufocada, precisava desabafar sobre a frustração que minha vida se tornara. Contei-lhe tudo. Até mesmo sobre o Logan e o que me trouxe até aquele lugar.

- Uau. - Ele arqueou as sobrancelhas. - Poderia escrever um livro sobre você. - Ironizou.

- Agora que você já me conhece, eu vou embora. - Levantei-me da cadeira mas fui impedida por Elliott, que segurou o meu braço.

- Amy, eu não quero conhecer apenas a sua história, quero conhecer você por inteiro. - Ele acariciou o meu rosto.

- Você é louco, Elliott! - Soltei-me dos seus braços. - Em primeiro lugar, é antiético você querer se envolver com uma aluna. Em segundo lugar, eu amo o Logan, acabei de te falar isso.

Joguei na mesa o pagamento pelo meu almoço e sai apressada. Ouvi-o exclamar: "Eu não desistirei, Srta. Watson!".

Elliott não passava de um louco.

***

As aulas da tarde seguiram calmamente. Eu nem conseguia lembrar do quanto gostava daquele curso. Me sentia maravilhosa.

O Campus ficava perto do meu apartamento, então segui a pé para lá, uma ótima escolha do papai.

Ao chegar, tomei um banho frio e lavei meus cabelos. Vesti minha roupa de dormir e deixei minhas madeixas secarem naturalmente.
Estava jogada no sofá comendo um sanduíche quando a campainha tocou. Bufei. Caminhei até a porta e quando olhei através de olho mágico, dei de cara com o Elliott parado em minha porta. Escorei-me ali e fiquei estática.

- Amy, por favor... - Ele pediu baixinho como se soubesse que eu estava ali.

- O que você quer aqui, Elliott? - Finalmente abri a porta. - Espera... Como você sabe que eu moro aqui? Você não me seguiu, não é? - Comecei a ficar nervosa. - Como você conseguiu entrar aqui?

- Calma, Amy. - Ele tocou o meu ombro tentando me acalmar. - Me deixe entrar.

- E se você for um serial killer pronto para me matar?

- Eu não sou. - Ele revirou os olhos e entrou no apartamento.

Elliott deu uma olhada no lugar, sorriu e se jogou no sofá.

- Você é um folgado. - Fechei a porta e sentei de frente para ele. - Comece explicando como descobriu que eu moro aqui.

Sim, eu estava com medo. As coisas estavam acontecendo rápido demais, e ele parecia um louco obsessivo. Elliott nem me conhecia, e eu certamente fui uma idiota por ter almoçado com ele e lhe ter contado coisas sobre a minha vida.

- Digamos que alguém da universidade me devia um favor, e eu resolvi cobrar.

- Descobrindo o meu endereço... - Balancei a cabeça em negação incrédula. - Eu deveria processar a universidade.

- Você não é tão má assim, Amy. - Ele sorriu confiante.

- E como você entrou aqui? Não vai me dizer que o porteiro também te deve favores. - Revirei os olhos.

- Na verdade, deve sim. - Ele gargalhou. - Eu também moro aqui, Amy. No sexto andar. Somos vizinhos. - Ele piscou.

- Você está de brincadeira. - Sorri incrédula. - Já que você já se explicou, pode ir embora. - Apontei para a porta.

- Amy, eu sei que o motivo que te trouxe aqui é o seu ex e também sei que você não voltará para ele, então o que te impede de querer esquece-lo?

- As coisas não são simples assim. Eu não sou apaixonada pelo Logan, eu o amo.

- Você voltará para ele?

- Não.

- Então me deixe ficar com você. Você também poderá me amar. - Ele sentou ao meu lado do sofá e acariciou o meu rosto, fazendo com que cada pelo do meu corpo se arrepiasse e as batidas do meu coração acelerassem.

- Você não tem o juízo perfeito. - Revirei os olhos. - Você me conheceu hoje.

- Já foi o suficiente para saber que teria uma vida ao seu lado.

- COMO É QUE É? - Eu gritei e cai na gargalhada. Meu estômago já doía do tanto que eu ri e ele só me olhava incrédulo.

- Eu me declaro para você e você reage assim? Ah, Amy... - Ele falou magoado.

- Elliott, já pensou em investir na carreira de comedi...

Antes de terminar a frase, ele puxou-me para um beijo. Seus lábios quentes pressionados contra os meus de maneira a me deixar nervosa. Suas mãos apertavam a minha cintura e sua língua pedia passagem em nosso beijo. Relutei querendo sair de seus braços, mas Elliott envolveu-me em um abraço caloroso. Cedi passagem para a sua língua e entreguei-me aos seus beijos. Elliott deitou-me no sofá e desceu seus beijos pelo meu pescoço, mas logo voltou para a minha boca. Talvez ele soubesse que estávamos indo rápido demais.

Eu não sabia como agir depois do ocorrido. Elliott por sua vez, parecia bem a vontade. Não passamos dos beijos, mas e o Logan? Eu não conseguiria estar com alguém enquanto ele estava lá...
Talvez fosse tolice da minha parte. Provavelmente Logan estava saindo com outras mulheres e era um direito dele, não estávamos mais juntos.

Gostam do Elliott? Apoiam o casal? Deixem seus comentários.

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